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Spcine: O cinema para todos

Fundado em 2015, o Spcine é um dos maiores projetos de cinema e produção audiovisual do país até hoje.


Por Júlia Galvão e Clarisse Macedo



Cinema. [Imagem: Arquivo Pessoal/Júlia Galvão]


O mercado audiovisual brasileiro sempre foi apresentado de forma elitizada e de difícil acesso para as comunidades periféricas. Com a pandemia de covid-19, a presença de indivíduos nas salas de cinema se tornou ainda menor e, para voltar a movimentar esse comércio, algumas empresas disponibilizaram, por uma semana, salas de cinema a 10 reais. O evento levou milhares de brasileiros de volta às telonas e levantou o debate a respeito da democratização do acesso à produção de cinema a partir de projetos como o Spcine.


O Circuito Spcine foi fundado em 2016 como uma iniciativa da prefeitura de São Paulo e tinha como objetivo aumentar o acesso à cultura nas periferias paulistas. Mesmo após 7 anos desde a criação do circuito, a democratização do acesso ao cinema segue sendo uma das principais dificuldades do Estado brasileiro.


Segundo Dilson Neto, cineasta e ex-funcionário do Spcine, o circuito é um dos programas mais funcionais do estado. "É, para mim, o programa de acesso à cultura mais interessante que tem em São Paulo, porque ele é voltado diretamente para a periferia'', comenta ele. Sendo destacado também a formação de sujeitos periféricos que passam a trabalhar com o audiovisual por meio do programa.


O cineasta comenta o fato de o Spcine ser um programa de longo prazo e que, a partir dele, as pessoas passam a, com o tempo, entender o lazer e o consumo de cultura como direitos. “O público muitas vezes não entende que aquela sala é dele e que é direito dele estar naquele ambiente”, diz Dilson.


Segundo Vitória de Sá, espectadora do Spcine, o consumo de cinemas particulares continua sendo inacessível para a grande maioria das pessoas. “Eu não frequento tanto o cinema, é muito caro, final de semana fica um absurdo e quando tem desconto é nos dias de semana e não tenho tempo nesses momentos”. Dessa forma, os cinemas populares surgem como uma alternativa para a população.


Larissa, telespectadora do Spcine Play, comenta que as maiores vantagens do programa são os fatos de que o serviço é oferecido de forma gratuita e existem muitos filmes de grande qualidade no catálogo, principalmente aqueles do cinema nacional.


Dilson Neto também comentou sobre as melhorias que podem ser feitas no programa: “Precisa de mais investimento. O circuito Spcine deve ser ampliado, o projeto tem que ser levado também para fora da cidade de São Paulo”. O cineasta destaca o respeito que o programa tem com todos os telespectadores e reforça que também teve que diminuir o consumo de filmes após sair do Spcine.


Atualmente, o programa conta com 20 salas de cinema. Um novo programa da prefeitura de São Paulo pretende aumentar esse número para 30 salas, 25 delas estariam presentes em CEUs, 4 em centros culturais e 1 em uma biblioteca. O circuito já contou com a presença de 1,7 milhão de espectadores desde a inauguração.


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