Com 161 membros, a REMS se reinventa para seguir com seus trabalhos na pandemia.
No Brasil, os incentivos para a prática esportiva são escassos. Contudo, organizações tentam suprir a ausência do Estado nesta pauta. É o caso da Rede Esporte pela Mudança Social (REMS), uma entidade que reúne 161 ONGs e instituições por todo o Brasil em prol do esporte como fator para o desenvolvimento humano. Com sua fundação em 2007, a REMS promove diversos projetos de apoio às comunidades marginalizadas por todo o Brasil e até mesmo em outros países, como por exemplo na África do Sul. Entretanto, a entidade não se limita a isso. São trabalhados, também, temas como educação, orientação sexual, diversidade, gênero, etnia, entre outros.
Nesses 14 anos de existência, a instituição já promoveu os mais diversos tipos de eventos, sendo a maioria deles festivais esportivos, competições e atividades de lazer. Segundo levantamento feito pela própria REMS, cerca de 260 mil pessoas foram atingidas por eles, sendo a maioria feminina (60%). William Boudakian de Oliveira, diretor executivo da instituição, sobre as áreas de atuação afirma que “o foco da REMS é agregar organizações que na sua maioria atuam nos contextos mais desafiadores e obviamente, contextos de alta vulnerabilidade social e econômica." Ele diz ainda que "[nós] lutamos para trazer recursos para o setor e ajudar as organizações no tocante à sustentabilidade''. A REMS também promove o esporte como uma das maneiras de prevenir e combater vários tipos de violência.
De acordo com o mesmo levantamento, cerca de 95% das ONGs e instituições que fazem parte do programa possuem atividades e reuniões com os moradores das comunidades, no intuito de dar voz às famílias dos participantes e moradores. “A REMS fortalece as capacidades institucionais e ajuda as organizações a se mobilizarem em torno de uma agenda que também influencie políticas públicas nas esferas municipais, estaduais e federais”, afirmou William. Com isso, a entidade faz parcerias com órgãos que possam realizar, em conjunto, transformações em determinado âmbito dentro das comunidades.
No ano de 2020, com a pandemia da Covid-19, as atividades da REMS também foram comprometidas. Oliveira comentou sobre as dificuldades: “Diante da pandemia surgiu muito a questão da insegurança jurídica com relação aos contratos de atendimento junto ao poder público, pois muitos projetos tiveram que parar o atendimento direto e pensar numa alternativa virtual”. Um dos eventos realizados virtualmente foi o “Esporte na Rua”, cuja proposta nesse último ano foi que os participantes mostrassem como estavam mantendo as atividades físicas no período de isolamento social. Durante o ano ainda foram realizadas lives com atletas, fóruns e palestras.
O esporte, segundo o diretor executivo, “é uma linguagem de expressão incrível” que vai além do aspecto físico, abarcando “ganhos de aprendizagem cognitiva, afetiva, relacional, produtiva''. A missão da REMS, sobretudo, é a formação de cidadãos pela prática esportiva. “Para as crianças que estão em contextos de desigualdade, os projetos sociais esportivos são ilhas de esperança, por criarem espaços onde há acolhimento, escuta, empatia e consideração”, completou Oliveira.
A REMS precisa da sociedade para continuar funcionando e realizando seu trabalho constante. Para apoiar a causa é simples: acesse rems.org.br/br/faca-parte/ e confira os dados para doação de qualquer valor financeiro; não esqueça de se identificar após o envio. Além disso, se sua instituição se encaixa na proposta de transformação do país por meio do esporte, você pode preencher nesse mesmo site uma ficha de inscrição para participar do processo de entrada de novos membros.
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