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Templo comemora 462 anos

O bairro de São Miguel Paulista abriga a Capela São Miguel Arcanjo, a mais antiga da cidade.


Joyce Tenório


(Altar da capela: Arquivo Pessoal/Joyce Tenório)



Localizada em São Miguel Paulista, na Zona Leste de São Paulo, a Capela de São Miguel Arcanjo é o templo mais antigo da cidade. No dia 29 de setembro deste ano, a capela e o bairro comemoram seus 462 anos.


Na verga da porta principal, está cravado a data de 18 de julho de 1622, a qual foi por muito tempo considerada a data de referência do lugar. Porém, a partir dos estudos da professora Roseli Santaella Stella, a data de referência da capela e do bairro passou de 1622 para 1560. Neste ano, o jesuíta José de Anchieta, passando pela região, viu o aldeamento de indígenas e então procurou desenvolver o trabalho de catequese dos povos que aqui estavam com a construção do templo.


“A data de 1622 é a data de inauguração da primeira grande reforma da capela”, explica a professora de história e voluntária da capela Lúcia Nicácio de Sales.

Apesar de ser o bairro mais antigo da cidade, São Miguel começou uma expansão populacional mais acentuada a partir da Era Vargas, principalmente com a industrialização e imigração nordestina. Com isso, a região foi crescendo ao redor do “marco zero” do bairro, a capela.


Dona Pureza da Silva, imigrante baiana que chegou ao bairro em 1956, conta que, naquela época, ao redor da igreja, ficava o Cine La Pena, bares e padarias. Muito próximo, também se encontrava a estação de trem, cuja entrada atualmente é na frente da capela.

Localizada numa praça, a capela dá acesso a Avenida São Miguel e a Avenida Marechal Tito, que antes chamava-se Estrada São Paulo-Rio. “Era barro, só tinha paralelepípedo na avenida, não tinha uma calçada”, afirma a moradora.


A praça a qual abriga o coração do bairro carrega o nome de Padre Aleixo Monteiro Mafra, o pároco responsável pela capela de 1941 até 1964, quando foi afastado por questões de saúde. Segundo Dona Pureza, “o padre era rígido, mas muito bem quisto.” Frequentadora da igreja, foi lá onde ela batizou seus filhos.


Apesar do nome oficial, a praça atualmente é mais conhecida pela alcunha Praça do Forró. Por ser o ponto de referência do bairro, o lugar foi escolhido para ser o palco de shows de forró da década de 1990. “Antes, era conhecida só como praça do padre Aleixo, praça da igreja. Com as festas, começaram a chamar de Praça do Forró", explicou Dona Pureza.


A Capela de São Miguel Arcanjo, que desde 2011 conta com um museu também, está aberta para visitação e ainda celebra missas todos os sábados às 18h. Para visitar, é necessário apenas marcar horário.


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