O basquetebol na periferia

Visando a construção de jovens cidadãos, Projeto Cesta de Três leva o basquete para escolas públicas

Sthefanie Lacerda e Tulio Gonzaga

Nas ruas e nas quadras, quem domina a prática esportiva no Brasil é o futebol. O vínculo estreito com a cultura urbana e o hip-hop introduziu o basquete às periferias, nas quais dominava a pelada – apelido dado ao futebol de rua. Por meio do estilo 3x3 e da identificação da comunidade negra com o esporte, a popularidade do basquete cresceu e tornou-se um estilo de vida marcado pelo pensamento coletivo consciente e liberdade de expressão criativa.

A prática do basquetebol depende da implementação de políticas públicas, porém isso não tem ocorrido. Em 2021, a Lei do Incentivo ao Esporte captou para o esporte menos de 30% do valor destinado ao futebol, com uma arrecadação bruta pouco maior que R$ 19 milhões. Sem a atuação dos governos, são os projetos alternativos que ocupam-se do papel de incentivar – e sustentar – as modalidades esportivas no Brasil.

Imagem: Reprodução / Joshep Coronel / PxHere

Projeto Cesta de Três

Um exemplo de projeto é o Cesta de Três, uma entidade sem fins lucrativos que leva a prática do basquete para as escolas públicas infantis da cidade de Louveira e de Jundiaí há mais de 10 anos. As fundadoras e idealizadoras do projeto são as atletas Cintia Regina Santos Luz, Helen Cristina Santos Luz e Silvia Andrea Santos Luz – conhecidas como “irmãs Luz” –, que também iniciaram no basquete através de um projeto social. O coordenador do projeto, Octavio Lafiaccola Casasus, conta que as irmãs criaram o Cesta de Três com o intuito de oferecer “oportunidades para as crianças que são menos favorecidas ao acesso ao esporte”.

Octavio aponta que o maior desafio do projeto é angariar recursos para o seu funcionamento. Mesmo com esse obstáculo, o Cesta de Três continua beneficiando muitas crianças e tem planos de ampliar os núcleos de atuação, pois, segundo o coordenador, as irmãs Luz “acreditaram que o esporte pode auxiliar no combate a pobreza e a desigualdade social”.

Imagem: Reprodução / Instagram / Projeto Cesta de Três