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  • Luiz Attié e Sofia Kercher

Confecção caseira de máscaras

Atualizado: 30 de nov. de 2020

Especialistas chamam atenção sobre uso de tecidos efetivos


Por Luiz Attié e Sofia Kercher da Silva


[Imagem: Reprodução/ Secretaria de Saúde de Além Paraíba]

O uso obrigatório de máscaras é um decreto sem previsão de ser revogado. Com a procura alta e preços ainda mais altos até para as máscaras descartáveis, muitos brasileiros decidiram confeccioná-las em casa. Com a vantagem da personalização, possibilitando estampas e formatos das mais variadas formas, pequenos negócios surgem a partir dessa demanda.


Mas afinal, quais tecidos são mais seguros para fazê-las em casa? Como conciliar isso com segurança e andar, de fato, protegido? Em conjunto com Vitor Mori, pós-doutorando na Universidade de Vermont e membro do Observatório COVID-19 BR, analisamos alguns estudos e elaboramos dicas para que a proteção, estilo e custo benefício caminhem juntos.


Um estudo da Universidade de Chicago analisou 15 materiais que são utilizados nessas máscaras caseiras, testando a capacidade de proteção contra o vírus. Entre os materiais analisados, podemos citar: algodão, poliéster, seda, cetim e chiffon. Eles usaram partículas inanimadas do vírus, 500x menores do que um fio de cabelo, e testaram a efetividade dessas.


O resultado encontrado pelos pesquisadores não foi um tecido, mas a combinação deles. A primeira camada de algodão, seguida de um material como seda, flanela ou chiffon garantem 80% de eficácia. Se esses tecidos não forem uma opção viável financeiramente, a máscara pode ser feita com duas camadas de algodão: o importante é ela ter mais de uma. Para esse caso em específico, quanto maior a contagem de fios, maior a proteção. A OMS baseou-se em inúmeras pesquisas como essa e estabeleceu suas orientações: a camada externa feita com algum material sintético, como poliéster; outra camada de material sintético, como polipropileno; e a terceira de algum material absorvente, como algodão.



A teoria precisa ser acompanhada sempre pela prática. Por essa razão, nosso entrevistado elaborou três dicas ao adquirir ou fabricar uma nova máscara para garantir sua segurança:

  1. Pegar a máscara e olhar para ela contra a luz. Se você conseguir ver a luz passando por entre a malha, talvez seja melhor ter uma máscara com uma malha mais fechada.

  2. Um outro teste é você colocar a máscara e soprar uma vela. Caso consiga apagar a vela de modo muito fácil, quer dizer que a máscara é muito fina.

  3. Por fim, pegar um spray de água e jogar contra a máscara. Se conseguir enxergar uma grande quantidade de água passando pela máscara, o meio filtrante não é o ideal.

Além dessas dicas, Vitor recomenda evitar máscaras com uma costura na frente e procurar máscaras que prendam na nuca: “apesar de menos prática, é mais segura”, diz ele. É preciso respirar e procurar por áreas de vazamento de ar— como o óculos embaçado, por exemplo—e perceber se é devido a um mau posicionamento ou pela sua própria fabricação. Para ele, um bom ajuste é fundamental em uma máscara de pano. Também lembra que é crucial trocar de máscara quando ficar úmida.

“Sempre que estiver úmida é fundamental trocar, especialmente as de pano”, complementa.

Seja pela intenção de apoiar um pequeno negócio, pela conveniência do preço ou pela combinação perfeita com seu armário, confira sempre se a máscara segue os requerimentos citados. Estando protegido do vírus, a estampa e forma vem como complementos. Além disso, lembre-se de seguir as recomendações da OMS não somente sobre o tecido, mas sobre o uso da máscara: ao vestir, assegure-se de que o nariz e boca estão completamente cobertos; troque-a de três em três horas ou sempre que possível; não toque na parte externa quando está fora de casa. Use-a, seja caseira ou não, com responsabilidade e segurança!


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