Um dos pontos comerciais mais famosos da cidade, a Galeria do Rock já possui 60 anos, mas a pandemia impôs um ponto de virada na história do local.
João Gabriel Perossi
Desde o primeiro decreto de lockdown em S.Paulo, em decorrência da pandemia de COVID-19, já se passaram dois anos. Na ocasião, em março de 2020, estabelecimentos não essenciais foram fechados para conter a transmissão do vírus, mas sem outra pandemia no horizonte próximo, o comércio funciona normalmente hoje, inclusive sem o uso obrigatório de máscaras.
A Galeria do Rock é um dos pontos de comércio mais famosos do Centro de São Paulo. Localizada em frente ao Largo do Paissandu, a galeria de quatro andares abriga estabelecimentos relacionados não só ao gênero musical, mas a vários movimentos de contracultura da cidade.
Antes chamada de Centro Comercial das Grandes Galerias, a Galeria do Rock é um reflexo da cidade. Quando inaugurou em 1962 era ocupada, assim como boa parte do centro, pela chamada “alta sociedade paulistana”, mas passou a se popularizar quando as elites se afastaram dele. Com mais de 60 anos de história, como a Galeria do Rock sobreviveu à pandemia?
Seu Hiro, que trabalha na loja de camisetas tradicional "Sou Rock", conta que a falta de vendas durante a pandemia obrigou a camiseria a mudar para uma loja menor dentro da galeria, mas conseguiu se manter também por vendas online. O caso de seu Hiro não é o único. Vendedores contam que as lojas mais tradicionais foram obrigadas a migrar para marketplaces durante os tempos de lockdown. Algumas aproveitaram para fazer reformas, como é o caso da "London Calling Discos", que existe desde 1986, e abriu um salão novo adquirindo espaços ao lado.
Mas o período de isolamento trouxe também a oportunidade de renovação. Longe de ser apenas “do rock”, a galeria viu lojas com novos focos aparecerem durante a pandemia, como por exemplo a "Dark Dreams", focada em artigos de terror. A atendente Luana conta que o espaço físico da Dreams abriu as portas há cerca de 2 anos, junto com o afrouxamento das medidas emergenciais. Foi também o caso da tabacaria Cosmo, a loja de figuras Tiragem Limitada e de outras tantas.
A Galeria está sempre se modificando, mas os vendedores concordam em uma coisa: o baque no comércio pela COVID é sentido até hoje. Luana, que já havia trabalhado na Galeria do Rock no passado, conta que embora esteja gradualmente aumentando, o movimento ainda está bem abaixo do que era antes do lockdown. “Está voltando, mas ainda vai demorar para ficar top”, relatou ela.
(fonte das imagens: Wikimedia Commons)
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