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Ciano Buzz e uma nova educação

Ideias de um jovem periférico para pensar os espaços educacionais de forma diferente


Por Sofia Helena Lanza



Ciano Buzz, 24 anos, artista multimídia e educador autônomo [Imagem: Reprodução/ Ecoa UOL]


Jovem periférico, militante do movimento negro, LGBTQIA+, artista multimídia e educador autônomo. É assim que se apresenta Ciano Buzz, 24 anos, que através de seus projetos pensa a educação de forma crítica, para que esta seja mais democrática e autodirigida. Atualmente, é um dos idealizadores da UniverCidade Fluxo, autor do livro As Casas de Unzó e estudante de pedagogia.


Para saber mais sobre a UniverCidade Fluxo, clique aqui.


Desde seu ensino médio, em uma ETEC de São Paulo, Ciano questiona o modelo educacional das escolas. Para ele, o ensino está repleto da narrativa hegemônica e colonizada, a qual poucos alunos se identificam. Ao incluir as histórias de minorias oprimidas, entende-se que não há uma única narrativa histórica sendo possível pensar e criar realidades mais inclusivas. Isto por si só é uma forma de empoderamento do indivíduo.

Ciano Buzz busca por uma educação em que o aluno possa relacionar o conhecimento aprendido com sua história, sua vida cotidiana, seus interesses e paixões.

Além disso, o educador procura criar espaços para reflexão e apoio, como o projeto da UniverCidade Fluxo. Para ele, historicamente, a população periférica teve seu tempo roubado pelo capitalismo e pela colonização: “a gente [sociedade] apaga as histórias do passado das pessoas, preenchemos o tempo presente dela com coisas demais pra ela não conseguir refletir sobre nada e roubamos o imaginário de futuro, o futuro dessas pessoas não existe”. Como diz o ditado, “cabeça vazia, oficina do diabo”, é durante o ócio que é possível refletir e questionar as coisas como elas são.

“Quando eu percebo que minhas ideias são massa, que eu tenho história, que eu tenho sonhos, que eu tenho vontades e interesses, eu percebo que eu sou humano." afirma Ciano. Ele acrescenta que "por ser humano, não é justo que esteja tudo bem eu morrer, que esteja tudo bem eu desaparecer, que esteja tudo bem que eu não tenha espaço para que minhas ideias aconteçam. Isso gera revolta, raiva, tristeza, mas quando eu tô em grupo, eu consigo acolher essa revolta para que a gente faça com que as coisas mudem.”

Assim, o educador busca criar espaços não só para um ensino plural, como também um local onde seja possível questionar e repensar a sociedade, a vida como ela se dá, principalmente para as minorias. “Minha vontade é dupla: quero que as pessoas estejam conectadas com essa coisa de querer ser mais elas mesmas, mas também entendam que a gente é sempre comunidade. [Quero] proporcionar comunidade pra mim também, ter companhia para o que a gente vai aprontar daqui em diante.”

Pensando na educação em comunidade, confira as recomendações de Ciano de trabalhos que valem a pena acompanhar:



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