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  • Beatriz Lopomo e Thiago Gelli

Quarentena e Alimentação

Atualizado: 22 de jun. de 2021

O que mudou na alimentação durante a pandemia?


Entenda os riscos nutricionais da alimentação nesse período e como contorná-los


Por Beatriz Lopomo e Thiago Gelli


Imagem representativa de compras no mercado. [Imagem: Reprodução/IDEME/Fotos Públicas]

Com restaurantes fechados, diminuição da renda e a alta de preços dos itens da cesta básica, a alimentação do brasileiro foi muito impactada durante a pandemia. Segundo a Associação Paulista de Supermercados, índices como os do crescimento do arroz não eram atingidos desde 2008. O bolso, a imunidade e a segurança alimentar da população são ameaçadas.


Para calcular como vai a nutrição dos cidadãos, o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (USP), organizou o NutriNet Brasil, estudo em andamento desde janeiro de 2020.


A análise foi dividida em dois períodos de coleta: entre 26 de janeiro e 15 de fevereiro e entre 10 e 19 de maio, quando a covid-19 já havia se espalhado pelo país. Com 85,1% dos entrevistados tendo mais de 12 anos de estudo, a pesquisa apontou crescimento geral no consumo de hortaliças, frutas e leguminosas. Ao encarar os menos escolarizados, no entanto, o impacto é outro, e consiste principalmente do aumento de ultraprocessados.


Riscos Nutricionais

Segundo a nutricionista Isabela Mota, o aumento do consumo de produtos do tipo pode ocasionar o desenvolvimento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, doenças renais e cardiovasculares. Mota ressalta ainda os impactos ambientais da produção e distribuição desse tipo de alimento, além do impacto em nossa cultura, que acaba por priorizar o consumo de ultraprocessados.


Esse aumento ocorre em decorrência da inviabilidade financeira dos produtos da cesta básica, de forma que, nas palavras da nutricionista, a alimentação do brasileiro se torna cada vez mais pobre em nutrientes, uma vez que não absorvemos os que estão em produtos ultraprocessados da mesma forma que os naturais.


Mota ressalta as consequências que podem perdurar por conta da precarização nutricional: “uma população demasiadamente desnutrida, com uma desnutrição diferente do que a gente conhece. Se antes a desnutrição era causada pela fome e naquele contexto realmente não havia o que comer, hoje até se consegue comer, porém com uma qualidade muito ruim e uma densidade calórica muito alta”.


Medidas paliativas

Mota também recomenda que o alimento já disponível seja aproveitado ao máximo: “usando cascas e talos em preparações, por exemplo, farofa com casca de melancia, suco com a casca de abacaxi, casca de batata assada no forno e talos de brócolis no arroz”

Já para melhor usufruir dos direitos, indivíduos podem utilizar de alguns recursos e atalhos, como a plataforma online da PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina.


Nela, é possível acessar o Guia de Supermercados, que deixa o indivíduo procurar os locais com melhores preços em sua região, seja em busca dos itens da cesta predefinida ou personalizada.

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