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Movimento social acolhe vítimas de violência doméstica

Olga Benário leva amparo às mulheres onde políticas públicas do Estado não chegam


Sthefanie Lacerda e Ingrid Gonzaga



Imagem: Reprodução / Instagram Casa Tina Martins / Maxwell Vilela


O Movimento de Mulheres Olga Benário Brasil promove o acolhimento de mulheres periféricas vítimas de violência doméstica no país com o objetivo de criar uma perspectiva de futuro para elas. O movimento realiza ocupações para oferecer espaços de acolhimento para estas mulheres e também chamar a atenção da sociedade para este problema.


Segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, mais de 230 mil mulheres foram vítimas de violência doméstica no Brasil no ano passado. Em se tratando de mulheres periféricas, que, em sua maioria são pretas, o cenário é ainda mais crítico. De acordo com o Anuário, 65,6% dos feminicídios registrados em 2021 ocorreram dentro de casa e 62% das vítimas eram negras.


Os dados apontam que as políticas públicas oferecidas pelo Estado para o acolhimento de vítimas de violência doméstica são insuficientes para chegar até as áreas periféricas do país. É nesse cenário que o Movimento de Mulheres Olga Benário Brasil atua.


Luiza Fegadolli, graduanda de Políticas Públicas pela Universidade Federal do ABC, participa do Movimento desde 2016 e conta que o Olga “é um movimento que debate a origem da opressão contra as mulheres, além de ter propostas práticas para enfrentar a violência de gênero, para enfrentar opressão contra a mulher, é um movimento que identifica e combate a raiz do problema da opressão”.


Ocupações


O Movimento Olga foi responsável por organizar a primeira ocupação de mulheres da América Latina em 2016. O local da ocupação é chamado de Casa Tina Martins e fica localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais. A partir disso, o Movimento organizou outras ocupações pelo país, atendendo cada vez mais mulheres.



Casa Tina Martins em 2016, ano da ocupação.

Imagem: Reprodução / Instagram Casa Tina Martins / Maxwell Vilela


As ocupações são necessárias, segundo Luiza, para lutar pela vida das mulheres, para denunciar a ineficiência do Estado e porque, em muitos casos, as mulheres que sofrem violência “não têm moradia, elas moram com os agressores, porque elas não têm emprego, porque não tem creche”. Dessa forma, o Movimento Olga busca utilizar suas ocupações para atender essas mulheres em situação de vulnerabilidade social.


Quando não é possível acolher as mulheres em uma das ocupações, o Movimento as orienta a irem para ocupações de outros movimentos sociais ou as encaminha para projetos de acolhimento do Estado.


Além das ocupações, Luiza diz que o Movimento Olga conta com uma equipe técnica que possui diversas profissionais voluntárias que oferecem suporte e orientação às mulheres que procuram ajuda.


Também são oferecidas diversas atividades, oficinas e encontros para todas que queiram participar, mesmo que não façam parte do Movimento. Luiza conta que ao participar dessas atividades, muitas mulheres acabam reconhecendo que são vítimas de violência doméstica e buscam ajuda.


Para o futuro, Luiza aponta que o Movimento Olga Benário pretende reunir cada vez mais mulheres para participarem ativamente das atividades e exporem suas ideias, a fim de construir uma sociedade melhor. É possível acompanhar a atuação do Movimento através do Instagram @movimentoolga (https://www.instagram.com/movimentoolga/).








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