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  • Ana Beatriz Ferreira

Especial 7 de setembro: Cobertura por Ana Beatriz Ferreira

Por Ana Beatriz Ferreira

Imagem: Canva/Isabel Vernier

Devo ter escolhido o jornalismo por gostar desta ânsia, a do peito e da do estômago. Na avenida Paulista, no dia 7 de Setembro, ela veio. Enxergar o verde e amarelo do meu país daquela forma foi, mais uma vez, alarmante. Foi a primeira vez em que estive nesta posição, no entanto. A de quem como curioso tenta entender e avisar o que acontece. Ir no 7 de Setembro foi instigante, apesar de todo o desconforto. Foi uma aproximação do que escolhi.


Desde que o atual presidente Jair Bolsonaro assumiu a presidência, em 2019, o Brasil

vive em uma polaridade ímpar. Aqueles que se colocam de um lado, juram não entender o

outro. O presidente costuma recrutar o povo para lutar contra a democracia, apesar do último discurso solto depois das manifestações. Nos protestos, pude observar os que se enxergam na postura de Bolsonaro e levantam placas que pedem o fechamento do congresso, destituição de cargos de ministros do Supremo Tribunal Federal e afirmativas que se defendem de um comunismo que, mais uma vez, não ameaça.


Entre as que vi, a maioria das coisas ia de encontro com o que eu penso, apesar disso,

não era a minha opinião que importava ali, e mais uma vez eu me lembrei do porquê optei

pelo jornalismo. Estar no meio de pessoas das quais eu discordo foi desconfortável e

necessário. Entrevistá-las foi ainda mais. Sem nenhuma experiência e com uma fraca intuição jornalística, escutei pessoas que saíram de suas casas dizendo que “fariam história” naquele feriado; como foi possível escutar de duas senhoras na saída do metrô que levava a paulista. Também vi quem afirmava ser o bem lutando contra o maligno e até quem modificara o hino nacional para que coubesse em um poema ainda mais nacionalista.


A tensão de fazer as perguntas e aparecer ao vivo no meio de um descômodo é

inarrável, ainda assim, sedutora. Cobrir a manifestação no dia da independência foi, em suma, um frio na barriga, bem como desafiador e recompensador. Foi como ser a famosa mosca que todos querem ser em algum momento para espreitar um acontecimento.

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