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  • Victória Pacheco

Comida sem veneno e trabalho sem exploração: conheça exemplos de economia solidária em SP

Novos modelos de comercialização de orgânicos surgem em defesa do pequeno agricultor


Foto: freepik.com/fotos/alimento'>Alimento foto criado por onlyyouqj - br.freepik.com</a>


O Instituto Feira Livre e o Instituto Baru, ambos de São Paulo (SP), são associações sem fins lucrativos, voltadas para a venda de alimentos saudáveis, em sua maioria orgânicos. Os institutos compartilham um objetivo: criar novas formas de trabalho, de comercialização e de consumo. "Na economia solidária, a gente trabalha através do não-lucro. A gente é contra a exploração do trabalhador", afirma Victor Barbosa, associado do Instituto Feira Livre.


Foto: Instagram oficial.

Descrição: Instituto Feira Livre


É por isso que quem estabelece os preços dos produtos vendidos nos institutos são os próprios agricultores, tendo por base seus gastos ao longo da produção. Além desse preço, sugere-se ao consumidor uma contribuição mínima de 35% sobre o valor total da compra, para que os institutos paguem suas despesas (contas de água e de luz, aluguel, salário dos associados, entre outros). Outra característica importante é a organização horizontal e coletiva dos institutos: não há hierarquia entre os associados.


Liliane Rosa, também do Feira Livre, conta que muitos agricultores vinculados ao instituto vendiam antes para grandes supermercados, geralmente em relações de trabalho consideradas por ela como opressivas. Por exemplo, muitos relatam que, além de cultivar e colher, precisavam embalar os produtos usando o rótulo do supermercado, o que gerava custos de manuseio adicionais. Outro relato comum é o de que os supermercados pagavam no prazo que desejavam e geralmente descontavam seus prejuízos no valor repassado ao agricultor. Os institutos surgiram, portanto, como uma forma de valorizar o trabalho dessas pessoas.


Foto: Arquivo pessoal

Descrição: Instituto Baru


Edgar Galvão e Maria Elisa Arruk, do Instituto Baru, explicam que, para garantir a variedade de mercadorias na feira, eles contam com vários fornecedores, como cooperativas agrícolas, agricultores individuais, assentamentos do Movimento Sem Terra (MST) e uma comunidade quilombola tradicional. Ao comprar nesse tipo de instituto, o consumidor sabe que está contribuindo para fomentar o trabalho desses fornecedores. Isso é o consumo consciente: comprar sabendo a origem do produto e o impacto social que ele causa.


Foto: Arquivo pessoal

Descrição: Instituto Baru


Edgar acrescenta que outro objetivo do instituto é desmistificar a ideia de que o orgânico é caro e inacessível, buscando "trazer alimentos de qualidade para uma parcela da população que normalmente não teria acesso a esses produtos".


Foto: Instagram Oficial

Descrição: Instituto Feira Livre


Os associados do Feira Livre explicam, ainda, que não há competição entre institutos desse tipo, muito pelo contrário: "A gente apoia que existam outros institutos, a gente apoia que existam mais grupos e mais pessoas engajadas", diz Liliane, que em seguida conta que é comum que os institutos mais antigos orientem e compartilhem sua experiência com grupos novos que desejam adentrar o ramo.


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