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  • Luana Takahashi

Bom Prato é opção viável de refeição

A alta nos preços dos alimentos tem afetado o poder de compra e alimentação da população, principalmente a mais periférica e vulnerável


Por Luana Takahashi



[Imagem: Arquivo Pessoal/ Luana Takahashi]


"Hoje em dia a comida está quase o salário, a gente trabalha só pra comer’’, diz Cauê Santos, morador da Vila Carmosina que se alimenta diariamente no restaurante popular Bom Prato. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o preço dos alimentos e bebidas já subiu 9,83% nos primeiros sete meses de 2022, o que significa que ir ao supermercado se tornou quase 10% mais caro do que era no começo do ano. Nesse cenário, os restaurantes populares aparecem como alternativa às pessoas que necessitam de uma refeição barata.


O Bom Prato, criado há 22 anos pelo Governo de São Paulo e gerido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social, tem o objetivo de oferecer refeições saudáveis a custo acessível à população de baixa renda ou em situação de vulnerabilidade social.


Das 22 unidades paulistas, apenas seis abrem todos os dias. A abertura aos finais de semana ocorreu de forma excepcional durante a pandemia. ‘’Pena que parou, era bom quando estava abrindo sábado e domingo’’, lamenta Henrique, que reside na Vila Carmosina e desfruta do serviço do Bom Prato.


Júlio Silva conta que, antes do período pandêmico, suco e pão acompanhavam o prato, mas foram retirados. Ainda assim, os moradores que dependem dos restaurantes populares elogiam a possibilidade de uma refeição completa, balanceada e ao custo de um real. ‘’Quem precisa, quem tem fome não reclama’’, declara Antônio Joaquim da Silva.

Atualmente, o Programa possui 67 unidades fixas, sendo 22 delas na capital paulista e 27 móveis em todo o Estado. As unidades móveis surgiram para ampliar o atendimento e suprir a demanda, no entanto, oferecem marmitas apenas no almoço. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, até o final do ano, serão inaugurados mais 7 restaurantes.


Com relação à unidade Grajaú, na zona sul de São Paulo, que havia sido fechada em 2021 para reformas, a Secretaria disse estar selecionando um imóvel para implantação do restaurante. Já a de Santana, zona norte, que teve suas atividades paralisadas no início do ano por vencimento do contrato do aluguel imobiliário, será reaberta até dezembro de 2022, ainda segundo informações obtidas.


Com o crescimento da inflação e consequências econômicas da pandemia da COVID-19, os números de famílias vivendo na extrema pobreza apresentam um crescimento contínuo nos últimos três anos, conforme levantamento da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, o que torna ainda mais essencial a existência dos restaurantes populares.


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