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Júlia Castanha dos Santos e Renato Brocchi

Aulas em Tempos de Pandemia I: Aulas Online

Os desafios enfrentados pelos professores na adaptação de suas aulas ao ensino remoto


[Imagem: Reprodução/Guia do Estudante]


Com a suspensão das aulas presenciais a partir de março de 2020, os professores, alunos e pais tiveram que se adaptar ao formato online. Infelizmente esse processo não foi rápido o suficiente, e mais de um ano depois ainda são encontradas muitas dificuldades para o funcionamento dessas aulas.


Um dos principais problemas apontados pelos professores, é que não houve uma padronização da plataforma a ser usada por todos. Alguns usaram o site da escola, outros WhatsApp e Facebook, outros o Class Room do Google e o estado lançou uma plataforma própria chamada Centro de Mídias, que teve alguns problemas de estabilidade em 2020, mas melhorou para esse ano.



[Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo]

Outro problema é que muitos alunos não têm acesso a internet. O estado e a prefeitura então anunciaram a distribuição de chips e tablets para os alunos. No entanto, em abril de 2021 — um ano depois do início das aulas remotas —, ainda não havia sido concluída a distribuição. Além disso, muitos professores também tiveram problemas por causa de conexão ou falta de equipamentos eletrônicos. O estado anunciou a entrega de chips e liberação de verbas para a compra de computadores aos docentes, mas, da mesma forma, muitos ainda não receberam.


Com a falta de amparo e de subsídios, os docentes tiveram que usar dinheiro do próprio bolso para a compra de materiais para as aulas online, como câmeras e computadores. E, já que as plataformas e os softwares também eram novidade para eles, precisaram aprender a usá-los, muitas vezes sem a ajuda de qualquer curso ou instrução que os preparasse para o ensino a distância.


Esse conjunto de fatores resulta na falta de adesão dos alunos às aulas. O professor Luiz Felipe Krehan conta que a maior parte das aulas ele dava para no máximo 8 alunos — em uma turma de 40. A professora Cristien Lara Lorenzo também ressalta isso e conta sobre um aluno que morava com a avó semi-analfabeta e como era difícil para ele conseguir assistir às aulas.


De fato, a evasão escolar, que já era um sério problema mesmo antes da pandemia, atinge agora novos níveis: os alunos que já tinham dificuldades com a escola se sentem ainda menos motivados a continuar com os estudos online em época tão incerta.“Os alunos que estão fazendo as atividades são os alunos que eram mais frequentes, que os pais frequentavam a reunião de pais. E os alunos que a escola já tinha dificuldade em falar com os pais, mesmo em épocas normais… agora [a escola] está com mais dificuldade ainda”, pontua Luiz Felipe. “Isso tudo acaba gerando um vazio na escola.”


Confira a segunda parte da matéria sobre o retorno presencial das aulas clicando aqui.



[Imagem: Divulgação/Google]











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