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Apoio escolar na rede pública

Atualizado: 17 de mai. de 2023

Confira nessa matéria o que alguns ex-alunos da rede pública relataram sobre as suas experiências nos programas de apoio à saúde dos estudantes na rede pública de ensino.


Por João Chahad, Gabriel Reis, Isabella Gargano, Jônatas Fuentes e Renan Affonso.


Sala de aula com alunos da rede pública. [Divulgação/Secretária de Ensino]


O sucateamento do programa Psicólogos na Educação pode ser notado antes mesmo de seu encerramento em fevereiro deste ano, como pontua Isadora Kayal, estudante da rede pública de Sorocaba. No caso que vivenciou, o apoio psicológico foi disponibilizado, porém de tal forma que a aluna não obteve o aproveitamento necessário durante o suporte.


“Foi uma experiência negativa, pois a dinâmica dessa ‘consulta’ definitivamente não foi bem elaborada: tanto na parte dos alunos que não se interessaram pelo projeto quanto pela qualidade e forma com que nós ouvíamos e respondíamos a psicóloga”. A abordagem utilizada pela profissional neste caso levou o nome de Psicologia-Viva, método no qual era realizada uma chamada de vídeo que atendia a uma classe inteira ao mesmo tempo, o que diminuiu consideravelmente a qualidade do suporte.


Kaique Leopisi, outro estudante da rede pública de Sorocaba, afirma que existiam casos em que era exigida a presença de uma outra pessoa docente ou aluno acompanhando a consulta, o que gerava desconforto. “Achei meio chato pois o aluno que estava comigo foi exposto desnecessariamente para a psicóloga pela professora tendo em vista que eu nunca tinha interagido com ele, e aposto que ele tenha ficado muito desconfortável com a situação”.


A barreira tecnológica confere mais um obstáculo ao apoio psicossocial na escola pública: por conta da falta ou precariedade de equipamentos fornecidos à rede, a realização dessas políticas também fica prejudicada. “Parecia sim treinada, porém as dificuldades da sala para não parar quieta, de conexão e audição (para os dois lados) não ajudaram em nada o serviço dela”.


Uma alternativa encontrada pela professora dessa escola foi a organização de um novo atendimento, porém dessa vez por iniciativa própria da docente e com a presença local da profissional da saúde mental. “Como foi num espaço da escola destinado a esse tipo de apresentação (nosso salão nobre), a tentativa de comunicação foi muito mais válida, e quem queria realmente teve um espaço para expressar dúvidas e inseguranças”.


Há também casos em que nem sequer a existência do programa era de conhecimento dos alunos, como afirma João Pedro, que foi aluno durante um ano de ocorrência do projeto. O conhecimento do corpo discente sobre essas estratégias era limitado: “Realmente, na época eu não tive nenhuma notícia desse programa do governo". A justificativa apresentada pela Secretaria da Educação ao portal g1 para o fim do programa coincide com a hipótese colocada pelo ex-aluno, já que, com a pandemia, a pauta foi ao estrelato e, com a diminuição dos contágios e a constante volta ao presencial, a saúde mental dos estudantes saiu das prioridades do governo.



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