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Caio Andrade

De Jaraguá ao Mundo: Maria Shu

Conheça Maria Shu, responsável pelo contato de outros continentes com a periferia através de sua dramaturgia.


Por Caio Andrade


Maria Shu é a roteirista responsável pelo encontro de outras culturas com a periferia brasileira, especificamente a paulistana. A baiana, que desde seus quinze dias de vida reside em São Paulo, no bairro Jaraguá, é formada em letras e estudou dramaturgia na SP Escola de Teatro. Algumas de suas peças, como Ar Rarefeito, Cabaret Stravaganza e Epifania, foram apresentadas em países como Cabo Verde, Portugal e Suíça.


Post no Twitter de Ivam Cabral, ator, sobre Maria [Imagem: Reprodução/ Twitter @ivamcabral]


Epifania, por exemplo, estrelada por Lilian Prado, que participou também de sua construção, ganhou os palcos de Cabo Verde, em 2017. “A gente teve muitas sensações porque essa peça é muito emocionante, ela sempre tocou muito as pessoas. Foi uma sensação maravilhosa, indescritível poder compartilhar com tantos públicos diferentes, foi realmente incrível”, diz Lilian.


Lilian Prado em cena com a peça Epifania, estrelada em Cabo Verde. [Imagem: Reprodução/ arquivo pessoal da atriz]


Para Shu, a periferia atua como inspiração para sua escrita. Mesmo quando voltada ao mainstream, como no caso da série Bom dia, Verônica, a qual Shu participou do grupo de roteiristas, a autora tenta colocar easter eggs - conexões com o mundo externo colocados em cena - que relembrem a periferia de onde vem. “Onde eu consigo levar a periferia, eu coloco”, afirmou Maria.


As peças, escritas por uma mulher negra e periférica, apresentadas em outros continentes, não excluem as barreiras que tiveram que ser quebradas por Shu. A autora já foi questionada se realmente era a responsável por uma de suas obras. Suas peças encenadas fora do país não contaram com apoio de entidades de incentivo cultural brasileiro.


Peças de Maria Shu, dentre elas algumas que chegaram em outros países. [Imagem: Reprodução/ arquivo pessoal da dramaturga]


“A gente ainda tem muito a conquistar, não só dentro do movimento negro, mas também de gênero. Eu tenho amigas dramaturgas, dramaturgues, que também não pensavam em escrever peças voltadas para si, com um olhar para dentro de si, assim como eu”, pontua Maria. É sobre olhar para si, para sua periferia, no momento da escrita que possibilitou a dramaturga Maria Shu levar pautas tão importantes além do território verde-amarelo.


Maria Shu, mulher periférica que conquistou palcos no mundo [Imagem: Reprodução/ instagram @shu.maria]

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